Documento final da V Conferência Ibero-Americana de Ministros e Funcionários Superiores da Previdência Social

Publicado por: Secretaria Geral da OISS
Os ministros e principais gerentes de seguridade social da América Latina assinaram o documento que será apresentado na XV Cúpula de Chefes de Estado e de Governo, a ser realizada em Salamanca (Espanha) em 14 e 15 de outubro de 2005.

Fonte MTAS.
DOCUMENTO FINAL

Reunidos em Segóvia (Espanha), em 8 e 9 de setembro de 2005, os Ministros e Dirigentes Superiores da Previdência Social na Ibero-América signatários deste documento,

CONSIDERANDO:

I. Desde o início da celebração das Cúpulas Ibero-Americanas de Chefes de Estado e de Governo, os Ministros e Chefes de Seguridade Social da Ibero-América têm realizado reuniões regulares, nas quais foram abordados os principais temas tratados e debatidos. em cada momento, serão relevantes para avançar no desenvolvimento dos sistemas de proteção vigentes nos diferentes países.

II Que como fruto de estas reuniones se destacan las respectivas Declaraciones Finales de las mismas, en las que, en distintas ocasiones, se han puesto de manifiesto las líneas programáticas y los principios y objetivos básicos que informan los sistemas de Seguridad Social en Iberoamérica, como medio fundamental para garantizar la cohesión social y el desarrollo equilibrado de la sociedad iberoamericana. Entre estas Declaraciones, cabe citar el «Acuerdo sobre la Seguridad Social en Iberoamérica» (Madrid, 1992), el «Acuerdo sobre el texto del Código Iberoamericano de Seguridad Social» (Madrid 1995), la «Declaración sobre Seguridad Social y Protección Social de los trabajadores migrantes en Iberoamérica» (Valencia 2002) y el «Comunicado Final» de la IV Conferencia (Alicante 2003).

III Que las sucesivas Conferencias Iberoamericanas de Ministros y Máximos Responsables de Seguridad Social han puesto en marcha importantes iniciativas que, con el impulso de las Cumbres de Jefes de Estado y de Gobierno, se han traducido en instrumentos al servicio y apoyo de los sistemas de Seguridad Social en la región, como son el «Código Iberoamericano de Seguridad Social», cuyo texto definitivo fue aprobado por la II Conferencia, celebrada en Madrid en 1995, el «Banco de Información de los Sistemas de Seguridad Social Iberoamericanos (BISSI)», cuya iniciativa nació de la I Conferencia que tuvo lugar en Madrid en 1992 y que hoy alcanza ya su cuarta edición actualizada a 2004, o los Instrumentos bilaterales en materia de Seguridad Social suscritos con ocasión de la III Conferencia, en Valencia en 2002.

IV. Que nas Conferências realizadas até o momento a igualdade de tratamento, manutenção e consolidação dos direitos adquiridos ou no processo de aquisição de trabalhadores migrantes têm sido uma preocupação constante para os diferentes países da Comunidade Ibero-americana.

Así, el «Acuerdo sobre la Seguridad Social en Iberoamérica», suscrito en Madrid en 1992 por la I Conferencia, recoge, en su apartado XVIII, entre los acuerdos adoptados el de «Potenciar debidamente la acción internacional en materia de Seguridad Social posibilitando el desarrollo de fórmulas de cooperación entre sus Instituciones, fomentando la coordinación entre los distintos Sistemas, favoreciendo los procesos de internacionalización de los derechos de la Seguridad Social en el ámbito Iberoamericano……».

A su vez, el texto del «Código Iberoamericano de Seguridad Social», aprobado por la II Conferencia, en Madrid en 1995, establece en su Parte I. Principios Fundamentales, en el articulo 2º, apartado 1 que «El objetivo de convergencia de las políticas de Seguridad Social debe facilitar la coordinación de las legislaciones respectivas en su aplicación concurrente, sucesiva o simultánea, al caso de los trabajadores migrantes».

La III Conferencia, celebrada en Valencia en 2002, emitió su Declaración Final con el título de «Declaración sobre Seguridad Social y Protección Social de los Trabajadores migrantes en Iberoamérica», y en ella se recoge, entre otras cuestiones, en su punto primero, la necesidad de «Fortalecer la solidaridad internacional en el ámbito de la Seguridad Social dirigida a la integración y a la protección del trabajador migrante y al impulso del desarrollo e intercambio económico entre los Estados Iberoamericanos, a través de la promoción de Convenios bilaterales y multilaterales …».

Por último, el «Comunicado Final» de la IV Conferencia, celebrada en Alicante en 2003, también contiene entre sus «Objetivos comunes», en su número 5, la mención a «… garantizar el cómputo de las cotizaciones y la portabilidad de los derechos en los supuestos cada vez mas frecuentes de movilidad del mercado de trabajo.»

V. Que o acelerado processo atual de globalização implica novas e complexas correlações entre os diferentes Estados que implicam, entre outros aspectos, um amplo processo de reestruturação e reorganização das formas de produção e a busca de novos vínculos entre desenvolvimento econômico e social, bem como uma crescente interdependência entre países e regiões como resultado do movimento mais fluido de bens, serviços, capital, comunicações, tecnologias e pessoas.

VI. Que esse processo de globalização provocou diferentes movimentos de integração regional nos quais grande parte dos Estados nacionais está imersa. Assim, dentro da Comunidade Ibero-americana, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), a Comunidade Andina (CAN), a Organização dos Estados da América Central (ODECA), ou a adesão de Espanha e Portugal à União Europeia, representam importantes movimentos questões econômicas e sociais que modificam as condições atuais até o momento.

VII. Que todos esses processos, tanto global como regionalmente, envolvem, no campo sócio-trabalhista, entre suas muitas facetas, uma maior mobilidade de pessoas entre os diferentes Estados.

VIII. Que a realidade atual aconselha, por múltiplas razões, priorizar, promover e desenvolver fórmulas de cooperação no espaço internacional que englobem diferentes atividades e, especialmente, a proteção social na Comunidade Ibero-americana, na qual existe um amplo patrimônio cultural comum, econômico e social.

IX. Que esta realidade também requer políticas sociais e econômicas adequadas que compatibilizem o esforço de desenvolvimento e reestruturação produtiva com eqüidade e inclusão social e que se manifestem, entre outros, na necessidade de que os processos de globalização e integração sejam acompanhados de medidas tendendo promover a coordenação regulatória em matéria de proteção social que, sem alterar os respectivos sistemas nacionais, permita garantir a igualdade de tratamento e os direitos adquiridos ou em curso de aquisição dos trabalhadores que se deslocam e de seus dependentes.

X. Que esta garantia de direitos também deve ter uma influência positiva na estruturação adequada de novas formas de organização do trabalho, tais como trabalho não dependente, trabalho a tempo parcial ou trabalho temporário, muitas vezes levado a cabo por pessoas de outros países além do destinatário, ajudando a mitigar o crescente e preocupante processo de informalização da economia que está ocorrendo na Ibero-América.

XI Que tudo isso, juntamente com o conceito de solidariedade que deve reger as relações entre nossos povos e Estados, aconselha a tomar iniciativas ibero-americanas que proponham soluções para os problemas indicados, aperfeiçoando processos de coordenação em matéria de Seguridade Social e, especialmente, no campo da benefícios de longo prazo ou aposentadorias que, por sua própria natureza, são mais suscetíveis à geração de iniqüidades, exigindo prazos mais longos para a aquisição, consolidação e efetivação de direitos.

XII Que no âmbito da Comunidade Ibero-americana já existem numerosos antecedentes da coordenação legislativa bilateral e multilateral que, ao longo do tempo, vêm demonstrando sua eficácia como garantia dos direitos dos trabalhadores e atualmente necessitam de revisão e modernização.

XIII. Que mais de 40 Contratos Bilaterais de Previdência Social entre os diferentes Estados estão em vigor na Ibero-América, constituindo um marco legal de primeira magnitude e um antecedente de enorme riqueza quando se trata de abordar um processo comum de coordenação.

XIV Que a nível multilateral, a Convenção Ibero-Americana de Segurança Social de Quito, assinada em 1978 e ratificada por dezasseis países, significou na altura um importante passo em frente, demonstrado pelos numerosos Acordos Administrativos adotados. No nível sub-regional, o Acordo Multilateral de Seguridade Social para a América Central, de 1967 (AISSCAP) e atualmente o Acordo Multilateral sobre Seguridade Social do MERCOSUL e seu Regulamento Administrativo de Aplicação, ambos de 1997, e a iminente validade da Decisão 583 - O Instrumento Andino de Seguridade Social, uma vez aprovado seu regulamento, atualmente em avançado estado de negociação, representa, em suas respectivas áreas geográficas, as manifestações mais recentes da atividade permanente desenvolvida neste campo há mais de meio século.

DECLARAR

Que, levando em conta os antecedentes acima mencionados, e a fim de dar continuidade aos esforços desenvolvidos, é apropriado desenvolver um instrumento internacional único para a Comunidade Ibero-americana que regule e coordene as relações entre os diferentes sistemas de seguridade social vigentes nas diferentes Estados. Para tanto, considera-se essencial iniciar, o quanto antes, o trabalho e os estudos apropriados, promover a troca de informações entre os diferentes Estados ibero-americanos e acelerar as negociações preliminares.

E, consequentemente

CONCORDAR

Primeiro: iniciar o processo de elaboração de um Acordo Multilateral de Seguridade Social para a Comunidade Ibero-americana, após troca de informações, realização dos estudos necessários, avaliação de suas repercussões econômicas e administrativas e negociações preliminares, que, no menor período de tempo possível, permitir que um único instrumento coordene a legislação nacional sobre pensões que, com plena segurança jurídica, garanta os direitos dos trabalhadores migrantes e de suas famílias, protegidos pelos esquemas de previdência social dos diferentes Estados ibero-americanos.

Este instrumento deve respeitar a legislação nacional em matéria de Segurança Social que, em aplicação da sua plena soberania, se encontra em vigor nos Estados membros da Comunidade Ibero-americana e que não deve ser modificada em virtude da entrada em vigor do Acordo Multilateral de Segurança. Social da Comunidade Ibero-Americana (doravante referido como o Acordo), bem como, se for o caso, ser ratificado pelos correspondentes órgãos legislativos dos países.

Segundo: Estabelecer como princípios básicos que devem ser contemplados e regulamentados no Projeto de Acordo Multilateral de Previdência Social da Comunidade Ibero-americana, pelo menos, os seguintes:

» Igualdad de trato a los nacionales de los países de la Comunidad Iberoamericana incluidos en el campo de aplicación personal del Convenio, en cuanto a la aplicación de las normas de Seguridad Social en materia de pensiones y los derechos y obligaciones que de aquéllas se derivan.

» Inclusión en el campo personal de aplicación del Convenio de los trabajadores nacionales de los países miembros de la Comunidad que desarrollen una actividad dependiente o no dependiente, de forma legal, en cualquiera de tales países, en virtud de la cual queden incluidos en el campo de aplicación personal de los respectivos sistemas nacionales, así como a sus familiares y sobrevivientes.

» Inclusión en el campo de aplicación material del Convenio de las prestaciones de Seguridad Social por vejez, invalidez, supervivencia y otras prestaciones económicas que pudieran derivarse de situaciones similares en función de las legislaciones nacionales respectivas.

» Sometimiento a la legislación nacional del país en el que se realiza la actividad laboral como norma general, sin perjuicio de las excepciones o de las reglas especiales que se determinen.

» Garantía de los derechos en curso de adquisición en beneficio de los nacionales de los países miembros de la Comunidad Iberoamericana, a través de la totalización, si fuera necesario, de los periodos de seguro, empleo o residencia (según el caso) cumplidos bajo la legislación de los diferentes Estados, sin perjuicio del cálculo de las prestaciones en proporción al tiempo efectivo de seguro, empleo o residencia en cada uno de los Estados («prorrata temporis»).

» Garantía de los derechos adquiridos, sin que estos queden sometidos a reducción, suspensión, supresión o modificación por el hecho de haberse generado al amparo del Convenio, incluyendo su exportación cuando se trate de pensiones de naturaleza contributiva.

» Colaboración administrativa y técnica entre las instituciones de los diferentes Estados que facilite la tramitación y el reconocimiento de los derechos y obligaciones nacidos al amparo del Convenio, incluyendo el fomento de la utilización de medios informaticos y del acceso remoto a las informaciones requeridas.

» Las disposiciones de los convenios bilaterales o multilaterales en vigor entre los Países de la Comunidad Iberoamericana continuarán aplicándose en la medida en que sean más favorables que las disposiciones correspondientes del Convenio.

» Las modalidades de aplicación de las reglas del Convenio serán objeto, en la medida de lo necesario, de un Acuerdo Administrativo.

» En función de la experiencia que resulte del Convenio, los países miembros de la Comunidad Iberoamericana podrán ampliar, progresivamente, el ámbito material del sistema de coordinación a otras ramas de la seguridad social.

Terceiro: Solicitar o apoio e a colaboração da Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB) e da Organização Ibero-americana de Seguridade Social (no processo de elaboração do Acordo Multilateral de Segurança Social da Comunidade Ibero-americana e negociação de seu conteúdo) ( OISS) e a participação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Conferência Ibero-Americana de Seguridade Social (CISS) e de outras Organizações Internacionais com implantação na região, para a elaboração de um anteprojeto do Acordo Multilateral de Seguridade Social. Iberoamericana, compilação prévia da documentação técnica e análise das informações dos diferentes Estados Ibero-Americanos sobre os tipos e condições para a concessão de benefícios econômicos nas respectivas legislações e avaliação de suas repercussões econômicas e administrativas, tendo que ser convocada em 2006 uma primeira reunião t técnica que eleva seus resultados e conclusões à VI Conferência Ibero-Americana de Ministros Responsáveis ​​pela Seguridade Social.

Quarto: Reafirmar a validade dos acordos alcançados na IV Conferência Ibero-Americana de Ministros Responsáveis ​​pela Previdência Social realizada em Alicante (Espanha), em outubro de 2003, e avançar na convergência dos objetivos comuns nela estabelecidos, especialmente no que diz respeito à a melhoria da cobertura dos sistemas nacionais, bem como a elaboração de relatórios e indicadores que permitam avaliar o grau de abordagem dos sistemas previdenciários a tais objetivos.

Quinto: Levantar o presente acordo à consideração da XV Cúpula de Chefes de Estado e de Governo a ser realizada em Salamanca (Espanha) em 14 e 15 de outubro de 2005.

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